domingo, 13 de dezembro de 2009

ENTREVISTA PARA CONHECER A REALIDADE DE SANTANA DO LIVRAMENTO:



         Para nos aproximar mais do tema proposto conversei com uma professora que trabalha diretamente numa classe de atendimento de alunos com deficiência auditiva.

Formação da profissional: Educação especial – Habilitação em deficientes da audiocomunicação – Curso de Libras.

 Clientela: 29 alunos entre 7 a 40 anos

1-     Como trabalhar com alguém que tenha surdez profunda, só conhece libras para
Comunicação, não é oralizado e nem conhece o Português?

          Partimos da idéia de que se o aluno não conhece Português, o mesmo não está alfabetizado. Nesse contexto seria fundamental a presença de um intérprete na sala de aula regular, mas geralmente isso não acontece, então o professor partirá para usar muito recurso visual, expressão corporal e o lúdico, sua aula deve ser preparada com o objetivo de incluir o aluno com deficiência auditiva, mas sendo viabilizada por todos os alunos, pois assim todos ganharão.
         Lembramos que um intérprete não tem a função de explicar os conteúdos, isso cabe ao professor.
        O aluno que já conhece libras, ou que conhece uma língua tem uma maior facilidade para organizar seu pensamento.
        Importante: o aluno com deficiência auditiva recebe os mesmo conteúdos que toda sua turma, mas a exigência deve ser diferenciada e isso não quer dizer que ele seja privilegiado ou se fique com pena e esse aluno não seja cobrado, é preciso bom senso nessa questão.
        A disciplina de Português deve receber um atendimento mais específico, pois a linguagem de um surdo tem elementos que não são necessários e isso é transferido para sua escrita.

2-     Quais as dicas para os professores quando se depararem com a presença de um
 aluno com deficiência auditiva?

        Não existe uma receita específica, por que as pessoas são diferentes e existe todo um contexto que precisa ser analisado, mas em primeiro lugar é preciso perder o medo, depois pesquisar, pedir ajuda e acima de tudo a escola precisa dar suporte para apoiar os professores nesse trabalho.  

3-     Quais as principais dificuldades enfrentadas numa sala de recursos?

          Falta de instrutor, de intérprete, falta de apoio da família que muitas vezes abandona o trabalho ou não estimula quase. Os alunos chegam em diferentes idades.
          A sala de recursos não é aula de reforço, mas o professor da sala acaba tendo que explicar os conteúdos e quanto maior o aluno, mais áreas de conhecimento ele tem.

4-     Idéias para concluirmos nosso trabalho:

         Apesar das dificuldades esses anos de “inclusão” foram positivos, pois os surdos se inter-relacionam mais, buscam grupos por afinidades e a comunidade  vai conhecendo e o preconceito diminui.
        A tecnologia tem ampliado bastante as possibilidades de comunicação para uma pessoa com deficiência auditiva e também na sugestão de atividades e trabalhos.   

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